quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Reportagem do Estado de Minas

Usar acabamentos que oferecem boa relação custo/benefício e ter criatividade na hora de decorar são algumas das dicas da engenheira Izabel Souki para economizar na restauração do imóvel. "Não existe uma solução pronta para isso, pois cada espaço vai precisar de uma ideia diferente. Um bom profissional em design de interiores é recomendado para ajudar nessa tarefa", aconselha.

As soluções mais econômicas vão depender de cada caso, como avalia o arquiteto Jacques Lazzarotto. "Conjugar uma parte de material novo com o antigo pode, além de reduzir custos, constituir um detalhe e manter uma ligação estética com o original do edifício", sugere.

Em uma reforma de banheiro, por exemplo, pode-se substituir o revestimento cerâmico das paredes e do piso até meia altura - aproximadamente entre 1m e 1,6m, dependendo da modulação da nova peça -, mantendo-se o revestimento original até o teto. "Isso permite renovar louças, tubulação, ferragens e metais. Outro exemplo é remover tintas de esquadrias de madeira, geralmente pintadas em imóveis antigos", conta Jacques Lazzarotto.
Mas é preciso cuidado para que o excesso de materiais não polua o espaço, adverte Izabel Souki. "O uso de muitos acabamentos em um mesmo local pode poluir visualmente o ambiente. Por isso, é necessário cuidado na hora de escolher. O layout deve ser bem pensado e projetado antes de ter início a obra".
E quando se quer preservar o acabamento já existente, mas faltam algumas peças para fazer a restauração? Segundo Jacques Lazzarotto, é possível conseguir material idêntico ao que foi usado na construção do imóvel. "Dependendo da peça, isso é possível. Azulejos e cerâmicas podem ser conseguidos em cemitérios de azulejos (lojas que vendem peças de modelos antigos)", explica o arquiteto.

Para outros tipos de material a estratégia não é diferente. Ferragens, metais e balaústres podem ser encontrados em depósitos de demolição. "Alguns tipos de mármores e granitos, em marmorarias menores e especializadas, dirigidas para esse segmento. Entretanto, esse tipo de material, principalmente os mármores, tem custo elevado".

É importante, também, observar as especificações de cada tipo de edificação. O pé-direito (distância do pavimento ao teto) de imóveis, por exemplo, tem tamanhos diferentes, como diz a engenheira civil. "Em um apartamento, a melhor opção sempre será colocar forro de gesso. Já em uma casa, é possível ter pé-direito duplo ou optar por tetos mais arrojados, como lajes aparentes, pintadas na cor preta", diz Izabel Souki.

Outro bom recurso é usar a tecnologia drywall, como aponta o arquiteto Róccio Rover. Sistema de paredes e forros constituído de uma estrutura leve em perfis de aço galvanizado, sobre os quais são fixadas placas de gesso acartonado, o drywall cria uma superfície apta a receber o acabamento final, que pode ser pintura, papel de parede, cerâmica, pastilhas, entre outros. "Esse uso é uma tendência em grande parte dos casos por ser uma solução construtiva de rápida execução", conta.

Independentemente da opção que se faça na hora da escolha do material, a tendência é usar soluções que sejam ecologicamente corretas.
VALOR
De acordo com a engenheira civil, o custo dos projetos varia muito no mercado, bem como a mão de obra para a execução. "É importante sempre verificar o preço por metro quadrado. Assim, é possível ter um parâmetro de comparação. O valor do serviço também oscila bastante quando se trata de matérias diferentes. Assentar uma pedra de granito é mais caro que assentar uma de cerâmica, mesmo tratando-se da mesma quantidade de metros quadrados", exemplifica.

O arquiteto e mestre em construção civil Jacques Lazzarotto confirma que os valores sofrem variação, dependendo do tipo de reforma. "Um banheiro com 6m² (metragem de imóvel antigo) pode custar em torno de R$ 4,2 mil. Com um orçamento bem mais apertado, é possível repaginar de forma razoável o mesmo banheiro com R$ 3,6 mil", indica.

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